segunda-feira, 14 de junho de 2010

Estado refém.

A recente decisão da justiça proibindo a circulação de caminhões acima de 3,5 toneladas expôs, de maneira absurda, como a sociedade é vitima dos interesses particulares de uns poucos setores ou pessoas, sem que o poder público faça absolutamente nada para impedir.
O dito protesto dos caminhoneiros, que mostraram sua cara sem o menor pudor, constrangimento ou medo de serem punidos de alguma forma, e que utilizou até um trator, vai ficar por isso mesmo.
Nossas autoridades policiais, nada fizeram para evitar um problema fartamente anunciado, pois as emissoras de tv fizeram imagens desde o momento da obstrução dos dois únicos corredores de trânsito de acesso da capital.
Falo em autoridades policiais por que além de em nada ajudar, a postura da CTBEL, além de pouco ou nada fazer, tem se portado frente as câmeras como se fosse do setor de transportes, reclamando da decisão e se esquivando de fiscalizar.
Seria fácil a PRF evitar a entrada na cidade dos caminhões, ainda na BR 316.
Seria menos fácil a PM fazer a desobstrução das avenidas, mas ainda assim possível.
Mas nada foi feito, deixa-se que qualquer um insatisfeito, seja sem teto, sem tora, sem terra, sem água, sem luz, ou como agora, os "sem rua" fecharem ruas e avenidas, impedir o direito de ir e vir das pessoas e de viaturas de utilidade pública, como carros de policia, ambulâncias e bombeiros, sem que nada seja feito.
E o pior, no entendimento deste  blogueiro, isso teve dia e local de início neste Estado, dia 17 de abril de 1996, em Eldorado dos Carajás.
A partir deste dia nenhuma manifestação no Pará, seja justa ou completamente irresponsável, como a que atrapalha Belém agora, foi mais reprimida.
As autoridades tem verdadeiro pavor de serem chamadas de repressoras,  como se não fosse este o papel delas neste caso. 
Particularmente, acho um absurdo a policia ficar olhando uma rua obstruida por motivos particulares e não fazer nada, como não tem feito.
E o pior é que os exemplos se espalham a torto e a direito, fecha-se rua para protestar contra falta de asfalto, de luz, de terra, contra operação de fiscalização do IBAMA, do DETRAN, de tudo e de todos.
Não se pode impedir o comércio e a derrubada ilegal da floresta, as motos tem que poder andar sem placa, sem licenciamento e o piloto sem capacete, e o Estado que lamente a morte da floresta ou das pessoas sem fazer nada, por que o Estado está "atrapalhando" o desenvolvimento.
Acho que mais um pouco e seremos reduzidos ao barbarismo, onde cada um faz o que quer e como quer, sem interferência.

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