A operação arco de fogo continua em Matogrosso, apesar das investidas das empresas, sindicatos, da Sema-MT e até do governador. Na terça feira foram deferidas quatro liminares para desembargo de atividades de madeireiras que o IBAMA lacrou por estarem em desacordo com as normas ambientais.
Segundo as empresas, a sistematica de medição do IBAMA estava em desacordo com a utilizada pela SEMA-MT, havendo assim erro na medição feita pelo IBAMA com relação ao saldo de empreendimento das empresas, com prejuizo para as mesmas.
Porém, o que não foi dito ao Juiz Substituto da vara federal de Sinop é que as serrarias tinham madeira de MENOS, e não a mais, como quiseram fazer acreditar com a alegação da medição.
Vou explicar melhor, a medição da SEMA é feita somente no topo(menor diâmetro) da tora, são descontados casca e ocos, e dado ainda um desconto de 3% no comprimento da tora, de lambuja, e a do IBAMA leva em consideração topo e base, sem descontar cascas e ocos, pois o que é avaliado é o dano ambiental, e não a produção que a serraria terá. Isso leva a uma diferença de cerca de 10 a 15% no volume medido, com maior quantia na medição do IBAMA.
Toda empresa madeireira registrada tem um saldo de estoque junto a SEMA, como se fora uma conta bancária, com entrada e saída de madeira. Se a fiscalização encontra mais madeira no pátio que no saldo, esta madeira foi recebida sem licença, ou seja, vem de desmate ou extração ilegal, e não tinha origem legal para lançamento no saldo. Seria esse o grande medo em relação as diferenças de medição.
Porém, se existe mais madeira no saldo que no pátio, existe a quase certeza que esta madeira não foi cortada, o plano de manejo de origem foi fraudado, com a finalidade de obtenção de créditos que podem ser comercializados, e que legalizarão a madeira dos predadores que destroem as nossas florestas. No caso em tela, a fiscalização autua a empresa por "vender sem licença", pois a madeira que teoricamente estaria no pátio foi comercializada sem a devida baixa no sistema. Neste caso, a diferença de medição alegada pelos autuados somente os prejudicaria mais, pois faltaria mais madeira ainda nos seus pátios.
Mas isto não é dito pela imprensa de Matogrosso, pelos madeireiros autuados ou pela SEMA, pois o que se estaria caracterizando é uma verdadeira floresta virtual, que legaliza a extração ilegal de outras áreas e gera um mercado de virtual de madeira, com grandes lucros para os Mercadores da morte.
sexta-feira, 21 de março de 2008
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