quinta-feira, 11 de junho de 2009

Trabalho insalubre!

Portel, Pará, Dezembro de 2005, Operação Chance para Todos XV.

domingo, 7 de junho de 2009

A Miriam sabe do que estou falando.

A INSENSATEZ: Coluna de Miriam Leitão, O Globo, Sexta 5/jun.
O confronto entre ruralistas e ambientalistas é completamente insensato. Mesmo se a questão for analisada apenas do ponto de vista da economia, são os ambientalistas quem têm razão. Os ruralistas comemoram vitórias que se voltarão contra eles no futuro. Os frigoríficos terão que provar aos supermercados do Brasil que não compram gado de áreas de desmatamento.O mundo está caminhando num sentido, e o Brasil vai em direção oposta. Em acelerada marcha para o passado.O debate, as propostas no Congresso, a aprovação da MP 458, os erros do governo, a cumplicidade da oposição, tudo isso mostra que a falta de compreensão é generalizada no país.A fritura pública do ministro Carlos Minc, da qual participou com gosto até o senador oposicionista Tasso Jereissati (PSDB-CE), é um detalhe. O trágico é a ação pluripartidária para queimar a Amazônia.Até a China começa a mudar. Nos Estados Unidos, o governo George Bush foi para o lixo da história. O presidente Barack Obama começa a dirigir o país em outro rumo. Está tramitando no Congresso americano um conjunto de parâmetros federais para a redução das emissões de gases de efeito estufa. O que antes era apenas um sonho da Califórnia, agora será de todo o país.Neste momento em que a ficha começa a cair no mundo, no Brasil ainda se pensa que é possível pôr abaixo a maior floresta tropical do planeta, como se ela fosse um estorvo.A MP 458, agora dependendo apenas de sanção presidencial, é pior do que parece. É péssima. Ela legaliza, sim, quem grilou e dá até prazo. Quem ocupou 1.500 hectares antes de primeiro de dezembro de 2004 poderá comprá-la sem licitação e sem vistoria. Tem preferência sobre a terra e poderá pagar da forma mais camarada possível: em 30 anos e com três de carência. E, se ao final da carência quiser vender a terra, a MP permite. Em três anos, o imóvel pode ser passado adiante. Para os pequenos, de até quatrocentos hectares, o prazo é maior: de dez anos. E se o grileiro tomou a terra e deixou lá trabalhadores porque vive em outro lugar? Também tem direito a ficar com ela, porque mesmo que a terra esteja ocupada por ?preposto? ela pode ser adquirida. E se for empresa? Também tem direito.Os defensores da MP na Câmara e no Senado dizem que era para regularizar a situação de quem foi levado para lá pelo governo militar e, depois, abandonado.Conversa fiada. Se fosse, o prazo não seria primeiro de dezembro de 2004.Disseram que era para beneficiar os pequenos posseiros. Conversa fiada. Se fosse, não se permitiria a venda ocupada por um preposto, nem a venda para pessoa jurídica.A lei abre brechas indecorosas para que o patrimônio de todos os brasileiros seja privatizado da pior forma. E a coalizão que se for$a favor dos grileiros é ampla. Inclui o PSDB. O DEM nem se fala porque comandou a votação no Senado, através da relatoria da líder dos ruralistas, Kátia Abreu.Mais uma vez, Pedro Simon (PMDB-RS), quase solitário, estava na direção certa.A ex-ministra Marina Silva diz que o dia da aprovação da MP 458 foi o terceiro pior dia da vida dela.? O primeiro foi quando perdi meu pai, o segundo, quando Chico Mendes morreu ? desabafou.Ela sente como se tivesse perdido todos os avanços dos últimos anos.Minha discordância com a senadora é que eu não acredito nos avanços. Acho que o governo Lula sempre foi ambíguo em relação ao meio ambiente, e o governo Fernando Henrique foi omisso. Se tivessem tido postura, o Brasil não teria perdido o que perdeu.Só nos dois primeiros anos do governo Lula, 2003 e 2004, o desmatamento alcançou 51 mil Km. Muitos que estavam nesse ataque recente à Floresta serão agora ?regularizados?.O Greenpeace divulgou esta semana um relatório devastador. Mostrando que 80% do desmatamento da Amazônia se deve à pecuária. A ONG deu nome aos bois: Bertin, Marfrig, JBS Friboi são os maiores. O BNDES é sócio deles e os financia. Eles fornecem carne para inúmeras empresas, entre elas, as grandes redes de supermercados: Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar.Reuni ontem no programa Espaço Aberto, da Globonews, o coordenador do estudo, André Muggiatti e o presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda. O BNDES não quis ir.A boa notícia foi a atitude dos supermercados. Segundo Sussumu Honda, eles estão preocupados e vão usar seu poder de pressão contra os frigoríficos, para que eles mostrem, através de rastreamento, a origem do gado cuja carne é posta em suas prateleiras.Os exportadores de carne ameaçam processar o Greenpeace. Deveriam fazer o oposto e recusar todo o fornecedor ligado ao desmatamento. O mundo não comprará a carne brasileira a esse preço. Os exportadores enfrentarão barreiras. Isso é certo.O Brasil é tão insensato que até da anêmica Mata Atlântica tirou 100 mil hectares em três anos.Nossa marcha rumo ao passado nos tirará mercado externo. Mas isso é o de menos. O trágico é perdermos o futuro. Símbolo irônico das nossas escolhas é aprovar a MP 458 na semana do Meio Ambiente.

sábado, 6 de junho de 2009

Meio ambiente

Ontem foi o dia mundial do meio ambiente.
Motivos para comemoração não existem, está em curso, entre políticos ligados a bancada ruralista, esta excrescência criada por um dos sistemas políticos mais deturpados do mundo, pois somente aqui uma parcela da população que não chega a 5 % tem uma das maiores bancadas, um ataque imbecil e suicida a atual legislação ambiental.
Tal ataque é encampado pela grande mídia, que ataca quando tenta fazer passar por palhaço a única autoridade que tem se manifestado contra o golpe tramado pelos fazendeiros e coroneis deste País, o Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc.
Não morro de amores pelo ministro, mas ele tem feito o seu papel de defender a legislação ambiental da predação, e por esse motivo virou motivo de chacota de velhos canalhas, como Claudio Humberto, que fez fama no Governo Collor, e Joelmir Betting, para quem o IBAMA deveria acabar.
A Senadora da Pagrisa, Katia Abreu, ao lado de outros menos conhecidos, chegou a dizer que se "dez como o Minc" sumissem, ninguém notaria.
Expressa assim o pensamento do coronelismo brasileiro, que mata os adversários e acha isso normal, disfarçado agora de "ruralista".
Essa senadora, representante da Confederação Nacional da Agricultura(CNA), que defende até quem promove o trabalho escravo, tem, sabidamente, aversão a regulamentação de suas atividades, como todo empresário patife do Brasil, pois quem não deve não teme, é a porta bandeira do ataque que vai tirar dos brasileiros o resto de natureza que existe, pois a intenção dos predadores é esta, tão somente.
Em Santa Catarina, apesar da desgraça acontecida ano passado, quando a falta de cobertura vegetal em morros provocou deslizamentos que soterraram famílias inteiras, foi aprovado um arremedo de código ambiental, que diminui para 5 metros o que a Lei Federal diz que tem que ser 30, num claro caso de desrespeito a hierarquia legal que está sendo contestado no Supremo.
A mudança para pior das leis ambientais, além do óbvio impacto no ambiente, que será sentindo por nós e nossos filhos, sem contar que o mundo, já em recessão e em virada pelo aumento da regulação de todos os ramos de atividade, no qual o Brasil vai na contra mão, claramente irá punir quem desmata a Amazônia, e não irá comprar carne ou soja daqui usando um argumento ambiental para barrar o concorrente econômico.
Outra tentativa de mudança da Lei quer tirar do IBAMA a competência para fiscalizar, alegando o pacto federativo. Assim, ficariam muito mais a vontade para destruir, sabendo que os fiscais estaduais são muito mais propensos a pressões políticas que os federais, sei disso por experiência, pois em recente fiscalização, após a saída da equipe do IBAMA, os fiscais da SEMA foram literalmente expulsos por um dos fiscalizados, que chegou ao acinte de "escoltar" os fiscais até a saída do município.
Pode-se ver assim o interesse que move tais predadores disfarçados de parlamentares.
Cabe a nós não deixar que as coisas cheguem a tal estado, vamos mandar e-mails aos deputados e senadores, pressionar e nos manifestar, pois só assim saberão que estamos atentos aos seus golpes.